segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Epílogo

Claro que quando me inscrevi na Geogia State University eu não pensava realmente em ir estudar lá, eu só precisava de opções. Lembro que na época até me arrependi porque tive que fazer testes extras para uma vaga como intercambista. Agora, se eu ter sido aceita na GSU foi sorte, destino ou intervenção divina, não faço a menor ideia, tudo o que interessa é que estou estudando e morando na mesma cidade que Justin vive. E bem longe da minha.
 Parece que aquela carta foi o “finalmente” que a gente precisava, Justin e eu sempre nos perguntamos quando conseguiríamos ser felizes sem nenhuma interrupção, e agora até para Atlanta eu fui, e assim poderíamos nos ver mais do que se eu tivesse ido para Toronto. O problema é que eu estava entrando em uma vida acadêmica e Justin em tour, como se ver mais desse jeito? Inclusive, fora o horário que eu estudava, passei a trabalhar no laboratório de informática da faculdade para conseguir pagar meu quarto no alojamento estudantil, era difícil ter tempo até para dormir! Os primeiros meses foram sufocantes para mim até eu conseguir me acostumar com a rotina, e também tinha o fato que minha colega de quarto não ia muito com a minha cara porque o campus inteiro sabia que eu era a namorada de Justin Bieber.
 Ele ficava bravo quando estava na cidade e queria me ver, mas ou eu estava trabalhando ou devorando livros de uma forma que jamais fiz, então vivia me pedindo para ir morar com ele, assim poderíamos nos ver mais porque eu não teria que trabalhar, mas eu negava incansavelmente até que parei para pensar no fato que eu dividia o quarto com uma pessoa que me odiava e tinha dias de cão constantemente por causa da falta de tempo, então, por que não?
 Pois é, como se não bastasse ir cursar faculdade na mesma cidade que Justin está, ainda estou morando com ele. É até divertido, cada um tem o seu quarto – não que dormíamos todas as noites cada um no seu – e eu fazia companhia a Pattie quando ele viajava, e ganhei até um motorista particular já que Jake recebeu ordens explícitas de me acompanhar. Convenhamos também que ser amiga do seu segurança é muito vantajoso.
 Bem, quando fui viajar as coisas foram tristes pelo tom de despedida, mas alegres ao mesmo tempo porque todos os meus amigos também iriam seguir seu futuro. Eu estava feliz principalmente por saber que apesar do furacão que passou na vida de todo mundo, ninguém ficou para trás. Luka, que não é tão vagabundo como pensávamos, passou para a York University em Toronto e está estudando para ser designer de games; Megan e Taylor foram para Vancouver, ambos conseguiram bolsa de esporte e estão fazendo o que queriam, Megan cursa jornalismo e Taylor educação física, e o namoro continua firme e forte; Hayley conseguiu passar em Stanford, na Califórnia, as notas dela foram tão altas que se quisesse largar Arquitetura e ir para medicina, ela poderia; Karol foi o orgulho de toda a escola, a garota simplesmente foi um crânio nos testes e conseguiu ir para Havard estudar direito; Kyle foi o único que não quis ir para faculdade, ele ficaria trabalhando com o pai por cerca de um ano até realmente decidir o que quer, mas é provável que ele tente alguma coisa relacionada à mecânica; E Chris era o nosso caçula e ficou para baixo por um tempo, porque todos os amigos deles, os melhores amigos, iriam embora e ele ficaria lá ainda por um bom tempo. Por causa disso, no dia que fomos todos à pizzaria para uma singela despedida, prometemos uns ao outros que todos voltariam a Stratford no verão.
 E voltamos. Fazia um mês que estávamos todos nós em casa – menos o Justin que ainda estava ocupado com a interminável turnê. Eu não sabia que sentia tantas saudades do Chris, e os meus amigos me faziam uma falta absurda! Colocamos os papos em dia, saímos e aprontamos como nos velhos tempos. Depois do primeiro mês eu resolvi tirar um tempo para mim, para não só matar a saudades, mas pensar na minha vida nos últimos anos, onde Stratford foi o cenário principal. Afinal, tanta coisa aconteceu por aqui, coisas que transformaram a minha vida dia após dia.
 Peguei meu carro e dirigi até os limites da cidade, saindo do asfalto onde Justin me ensinou e estacionei antes que me lançasse penhasco a baixo. Tirei uma toalha de piquenique do banco de trás e estendi no meio das folhas caídas e pedras, e me perdi no tempo, fazendo um flashback completo de tudo o que conseguia me lembrar.
- Lua? – me assuntei, quando olhei para trás, sentia meu coração saindo pela boca de tão forte que batia.
- Você me assustou, Jus. Não ouvi seu carro, estava com a cabeça na lua. Chegou faz muito tempo?
- Faz uma hora, mais ou menos. Me fizeram ir para casa descansar da viagem antes que eu viesse atrás de você. Estava pensando em que? – sentou ao meu lado.
- Em tudo, há muita coisa o que se pensar. Depois de um ano vivendo num país diferente, ora num dormitório, ora na sua casa, e agora estar de volta na casa dos meus pais, sentindo o cheiro da madeira que eu sequer reparei que tinha e que eu sabia que existia, e o perfume da minha mãe, a voz do meu pai vindo da cozinha enquanto ele bebe café e reclama da página de esportes do jornal... Não só isso também, aqui, olhando toda essa cidade de cima, eu consigo pensar em todos os anos que vivi aqui e todos os momentos importantes, como aquele em que te vi pela primeira vez, e ali – a pontei para um ponto na cidade abaixo de nós – sabia que ali é o restaurante que fomos comer naquele primeiro dia que nos encontramos?
- Não... quero dizer, eu lembro do dia, mas não lembrava exatamente qual restaurante foi.
- Foi aquele ali – apontei de novo. – Jus, a nossa vida começou nessa cidade.
- E agora uma nova fase dela começa em Atlanta – concordei. – E é por isso que queria te pedir uma coisa.
- Hum? – murmurei, tirando os olhos da paisagem à frente para o olhar. E quando me virei, dei de cara com o ursinho que ele me deu no dia que me pediu em namoro pela primeira vez, há 3 anos. E, como da primeira vez, tinha um anel amarrado no laço ao redor do bichinho de pelúcia, porém a aliança de prata ainda estava no meu dedo. – Jus... o que...
- Bem, Lua, não tem porque eu fazer delongas, você sabe o que eu sinto por você e depois desse tempo todo, sabe também que não é uma coisa que vamos conseguir deixar para lá algum dia. Eu quero você para sempre, então, por favor, me diz, aceita se casar comigo?
  Por mais que eu estivesse completamente pasma e boquiaberta, não demorei para dar a resposta.
- Mas é claro que não! – Foi a vez dele de ficar surpreso. – Justin, eu tenho 19 anos e acabei de sobreviver ao meu primeiro ano de faculdade e nem sei se vou sobreviver os outros que ainda me restam. Psicologia não é um curso fácil, sabia? Meu amor, nós não precisamos de uma pedra de diamante para provar que seremos um do outro para sempre, porque nós já somos. Pertencemos um ao outro desde o primeiro dia que nos vimos, desde que trocamos palavras tímidas naquele dia no restaurante, e quando você quase me beijou no seu quarto quando estava te ajudando a arrumar o resto das caixas da mudança, desde o dia que se declarou para mim com uma música que virou seu primeiro single, e quando foi atrás de mim naquele maldito dia chuvoso, que você foi o único a conseguir me encontrar e me levar para casa mesmo que eu estivesse namorando o Taylor na época, afinal, até ele sabia que não importa o que houvesse eu sempre seria a sua garota. Jus, a mídia nos esqueceu agora, não vamos causa outro rebuliço, além do mais, eu já moro com você! Estou tão inserida no seu mundo que só se eu subisse no palco e cantasse também.
- Bem que você podia...
- Eu já vetei essa sua ideia maluca, o famoso aqui é você, gracinha. Sou só uma universitária.
- Mas bem que podia – sorriu travesso, como se imaginasse um dueto nosso ou coisa que o valha.
- Enfim! Voltando para o momento, por favor. Pois bem, já ouviu falar que não se mexe em time que está ganhando? – assentiu. – Então, pela primeira vez desde que nos conhecemos, tudo finalmente está dando certo! Para que mudar isso logo agora? – ele me pareceu pensativo por alguns instantes.
- Você está certa. Pena que comprei esse anel atoa...
- Guarda. Certeza que no futuro esse diamante vai estar no dedo de alguém – sorri marota e ele riu.
- Boa ideia.
- Aproveita e guarda meu ursinho no mesmo lugar que achou, ok Sr. Bieber? Já disse para não invadir meu quarto quando eu não estivesse em casa. Lembra? Privacidade?
- Você já foi menos chata.
- E você menos ladrão de ursinho de pelúcia.
 Justin riu mais uma vez e depois encarou no fundo dos meus olhos e disse com uma sinceridade vinda diretamente do coração:
- Eu te amo, Lua.
- Eu também te amo, Jus.

 Deitamos na toalha e ficamos olhando o céu por entre os galhos das arvores, conversando sobre a vida e coisas avulsas. Era mais um dos típicos e raros momentos em que nós dois apenas aproveitávamos o instante como se nada mais importasse, não ligávamos para o passado ou para o futuro, só para o que éramos e o que sentíamos naquela passagem de tempo. Viver o presente praticamente virou o lema para nós dois, ninguém se importava com o que fomos nem com o que seriamos daqui para frente, porque haja o que houver, temos a certeza, que estaremos juntos. Para sempre.

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   Aqui estou eu exatos um mês depois para postar o Epílogo e o fim, de vez, de Lua e Justin. Senhor! Que tristeza! Acho que acabei demorando apenas para prolongar esse momento o máximo possível. Vou sentir falta desses dois, por Zeus! Foram longos anos acompanhada dessa história e, por mais que esteja finalizadas a meses, postar de vez o último capítulo marca o fim oficial de anos e mais anos!
 Enfim, espero que (se ainda há alguém aí, por favor, apareça, POR FAAAAAAAVOOOOOOOOOOOR!) vocês também tenham gostado!
   Tenho outras histórias também para quem quiser acompanhar (os nomes e onde estão postadas estão na minha bio ali no canto <~) e também estou com uma conta no Wattpad, é: @TahRodriguess (como qualquer outra conta minha nessa internet a fora de meu deus).
     Foi um prazer todo esse tempo, obrigado por me acompanharem! 

sexta-feira, 31 de julho de 2015

24º Capitulo: Each End is a New Beginning - Parte Final

O aniversário é meu, mas o presente é pra vocês! A última parte do último capitulo
Are you ready?

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Acordei com o sol batendo no meu rosto, tentei me mexer, mas as partes do meu corpo que não doíam, ardiam que nem o inferno, então evitei movimentos bruscos, e virei o corpo, tentando evitar fazer caretas. Olhei para o meu lado na cama e Justin não estava lá, olhei ao redor a procura de algum vestígio de que ele ainda estivesse ali, porém nada. Por um segundo me senti estranha, mas passou logo, nunca fui do tipo que choraminga porque um cara não continuou ao meu lado depois de acordar, por isso respirei fundo e levantei da cama num pulo e fui tomar um banho, para relaxar meu corpo. Vesti uma roupa qualquer e desci as escadas na esperança de um café bem forte.
- Olha só quem finalmente acordou! Pelo jeito a noite foi boa, né? – minha mãe veio com um tom irônico que não é muito comum para ela, então entrei em um desespero controlado achando que ela possa ter visto a minha bagunça com o Justin, mas tentei não transparecer nada até ela terminar de falar. – Chegamos hoje cedo e seus sapatos ainda estavam no meio da sala! Lua, Lua... achei que finalmente tinha parado de deixar as suas coisas pelo meio da casa – nenhum comentário sobre coisas que não são minhas, menos mal. Justin deve ter saído antes que eles chegassem.
- Sobre noite boa acho que não fui bem eu que tive uma, mas como vocês são meus pais, eu prefiro não comentar nada sobre o que devem ter feito para só terem chegado hoje de manhã.
- Boa garota! – meu pai comentou enquanto eu procurava meus sapatos pela sala.
- Me agradeça com uma xícara de café, pai!
- E você pegando as cartas perto da porta, filha!
 Achei minhas sandálias mais perto do sofá, e as cartas estavam quase coladas na porta. Segurei os calçados com os dedos, e peguei as cartas passando uma por uma.
- Contas, contas e mais contas... opa!
- O que foi? – meu pai veio até mim com a minha xícara de café.
- Cartas da faculdade – dei a ele os outros envelopes e logo abri a primeira endereçada a mim.
- O que diz aí?
- A Universidade de Toronto me aceitou! – ele abriu um sorriso enorme e eu larguei o café na estante da televisão, já tinha perdido totalmente a vontade de tomar. Agora eu tinha a certeza que tinha um futuro pela frente e ainda nem precisaria sair de Ontario para isso.
- Parabéns! – ele me abraçou – Anna! Anna! Nossa filha foi aceita na UToronto! Anna! – ele subiu as escadas gritando. Eu nem tinha reparado que minha mãe não estava mais ali.
 Dei um gole no café e coloquei de volta no mesmo lugar, ainda precisava abrir duas cartas. A seguinte era da UBC (University of British Columbia) em Vancouver. Me inscrevi mais como mais uma opção, já que meu objetivo mesmo era passar na de Toronto, então quando vi que fui negada nem me doeu e logo fui para a próxima. Essa sim foi só uma brincadeira, mas hoje, saber se fui aceita ou não poderia definir totalmente meu futuro. Claro, para faculdade eu iria de qualquer jeito, isso era certo! Mas já faz tempo que escolaridade não era a única preocupação da minha vida.
 Abri a carta, tentei beber outro gole do café, mas mal consegui encostar a boca. Li linha após linha com um receio diabólico do que eu poderia ler ao final.
- Eu fui...
- Lua? – olhei para meu pai no pé da escada, e para minha mãe atrás dele – Você ta branca, o que houve?
 Larguei os sapatos no chão de novo, e o todo o resto que ainda estava na minha mão e saí porta a fora, atravessando a rua toda correndo e mais o jardim todo da casa da frente. Bati na porta ofegante e desesperada, eu não fazia ideia se Justin ainda estaria lá, mas pelo movimento que podia perceber do lado de fora, pelo menos alguém estava na casa.
- Lua? – Pattie abriu a porta, me olhando completamente confusa.
- Pattie, por favor, Justin está aí? Eu preciso muito... – antes que eu terminasse de falar, Justin apareceu ao lado dela, que se afastou sem que pedíssemos.
- Lua? O que... olha se foi porque, sabe...
- Porque eu acordei e você não estava lá? Não, não tem nada a ver com isso – ele parecer ainda mais confuso.
- Então o que... – estendi a carta para ele. – O que é isso?
- Pergunta menos e lê mais! 
 Ele começou a passar os olhos pela carta e eu esperei impacientemente por um sinal de que ele entendesse onde eu queria chegar. Até que ele me olhou tão surpreso que seus olhos pareciam que iam saltar para fora do corpo.

- A gente se vê em Atlanta, astrozinho.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

24º Capitulo: Each End is a New Beginning - Parte 3

Outro n/a no inicio do capitulo para pedir um favor a vocês!
Esse cap tem uma música que ali pro meio ta indicado onde vocês devem da play, mas o link para vocês colocarem o vídeo para carregar ta aqui oh:

Blink-182 - Feeling This - https://www.youtube.com/watch?v=4kMZ23T9VHE

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Eu definitivamente estava sentimental como há muito tempo não me sentia, parecia que tínhamos realmente voltado no tempo e agora éramos o mesmo Justin e a mesma Lua que se conheceram e se apaixonaram e mudaram a vida um do outro. E acho que Bieber sentia o mesmo, pelo menos foi o que pareceu quando ele segurou a minha mão direita e puxou para baixo, e antes que eu pudesse ter qualquer reação ele começou a sussurrar no meu ouvido.
- Uma vez, um garoto mudou de cidade e ele achava que isso transformaria a vida dele num desastre maior do que já estava. Assim que chegou, ele viu uma garota sair da casa em frente a sua, ela olhou na direção que ele estava por um breve tempo, e foi embora. A partir daí, ele não conseguia pensar mais em outra coisa além dela até ter a oportunidade de vê-la de perto e perceber que ela realmente era tão linda... ela é tão linda. – Justin tirou a mão da minha, mas continuou a falar. – Ele e ela ficaram cada vez mais próximos, até que um dia – os dedos dele encostaram na palma da minha mão e deixou algo gelado tocar minha pele – ele fez um pedido à ela – olhei discretamente para baixo, observando o objeto prateado que reconheci ser a nossa aliança de namoro.
- Você... você guardou isso esse tempo todo – falei baixo, mais para mim do que para ele.
- Lua Houston, quer namorar comigo? – ele sussurrou no meu ouvido de novo.
 Não respondi imediatamente, apenas soltei uma breve risada nasalada e então foi minha vez de sussurrar no ouvido dele.
- Achei que já estivéssemos namorando.
 Eu sorria igual uma besta e ele também passou a sorrir assim depois de colocar a aliança no meu dedo. E então voltamos a dançar o que parecia ainda ser a mesma música, mas eu não estava ouvindo muito bem, estava me sentindo entorpecida e percebi que sentia falta de me sentir assim. Esse baile estava trazendo a tona todos os primórdios sentimentos que eu possuía pelo Justin.
- Eu te amo.
 Justin parou de dançar imediatamente e me encarou com os olhos arregalados, podia jurar também que sua respiração estava praticamente ofegante.
- O que foi? – perguntei confusa.
- Me diz que dessa vez foi de verdade!? – continuei confusa, então ele continuou. – Na França, a primeira vez que fomos, durante a festa na casa da Louise, eu pude jurar que ouvi você dizer que me amava, mas quando te perguntei se tinha dito alguma coisa, você fez essa mesma cara confusa de agora. A duvida se você realmente disse ou não me corroeu por dias, Lua! Agora, por favor, me diz que eu não estou maluco, que dessa vez foi verdade – me olhava com súplica.
- Bem... Se essa vez na França foi verdade, não posso garantir – sorri de lado –, mas, dessa vez eu juro que foi verdade! Eu te amo, Jus. E não deveria ter demorado tanto tempo para te dizer isso, mas sei que nunca teve duvidas disso, mas agora confirmo quantas vezes você quiser que eu te amo, Justin Drew Bieber.
 Ele me deu um beijo, selando nossos lábios por longos segundos, e quando se afastou, permaneceu de olhos fechados e sorrindo, depois abriu e segurou meu rosto com uma das mãos, acariciando minha bochecha com o dedo e suas íris fixas em mim.
- Eu também te amo, meu anjo perigoso.
 Eu já tinha esquecido completamente de onde a gente estava, se tinha alguma câmera ao nosso redor ou se a música era a mesma, não fazia ideia sequer de quanto tempo havia passado, a gente só continuava se balançando para cá e para lá, no nosso próprio espaço e tempo.
 Porém – claro que tem um “porém” –, por mais que estivéssemos nos sentido como no passado, não éramos mais aquelas pessoas. Fizemos coisas novas, vivemos coisas novas, somos pessoas novas. E foi durante aquela dança interminável que me lembrei disso, mas não queria estragar a noite, talvez nada disso chegaria nem perto de acontecer novamente, então resolvi esquecer o amanhã, o futuro, o depois, e qualquer ponto negativo ou duvidoso. Como também resolvi ignorar o passado e lembrar unicamente do presente, do que eu gostaria de fazer agora e como aproveitar o agora como se o dia jamais fosse amanhecer.
- Sabe, Jus... meus pais sumiram de casa essa noite.
- É? – perguntou num tom maroto.
- Uhum, mas eu não queria ficar sozinha em casa. Não sei que horas eles podem chegar – ele parou quase tão instantaneamente como pouco antes, mas dessa vez, tinha um sorrisinho malicioso de canto de boca.
- No seu carro, ou no meu?
- Não costumo dirigir de salto – e, de qualquer jeito, meu pai que me trouxe, então estava sem carro, mas eu não precisava dizer mais nada.
(Feeling This – Blink 182 começa aqui) Justin segurou meu pulso e me puxou para fora do salão. Certeza que tinha várias pessoas nos observando agora, mas quem estava se importando, afinal? A gente só queria sair dali. E foi o que fizemos. Corremos pelo estacionamento, eu tropeçava por causa do salto, então parei de repente, arranquei o sapatos, e continuei correndo com ele, com os pés tocando o asfalto enquanto não chegávamos no carro. Quando entramos, Justin deu partida o mais rápido que conseguiu, e foi tão veloz que – talvez – nem eu conseguiria fazer tão bem. Os pneus cantaram ao virar para sair pelo portão, nós dois riamos alto, travessos, sedentos e inconsequentes a toda velocidade pelas ruas quase vazias da cidade. Nós sentíamos o momento, sentíamos cada segundo e toda a adrenalina que passeava por nossas veias. Estávamos felizes como se nada mais no mundo importasse se não a gente ali, naquele momento, excitados com o vento cortando nossos rostos e com os olhares trocados durante o caminho todo.
 Ele estacionou o carro em frente a minha casa. Nós entramos desesperados, nos beijamos desesperados e meus sapatos, de repente, não estavam mais na minha mão e Justin já estava sem camisa quando subimos as escadas, acho que sem sapato também, pelo menos um dos, acho que o outro pé ficou perto da porta do meu quarto. Sei que meu vestido ficou no meio do quarto, esse era o mais complicado de todo o resto de tirar então tivemos que dar uma pausa, mas em compensação, sem ele eu já estava praticamente nua.

 Posso não saber onde tudo o que vestíamos foi parar, mas sei onde nós fomos parar nos primeiros instantes, nas primeiras vezes daquela noite. Foi tudo mais intenso do que a primeira vez de todas em Paris, se eu estivesse conseguindo raciocinar como de costume teria até agradecido por meus pais não estarem em casa e rezando para que ninguém chegasse enquanto estávamos naquele momento. Não fazia ideia se tudo era desespero, saudade ou despedida, desde a nossa última viagem à Paris muita coisa aconteceu, teve o acidente e a notícia de que ele iria embora, e isso fez a gente cair em pedaços, mas agora tudo parecia unido, não só dentro da gente, mas um com o outro em perfeita sintonia. A gente se pertencia e isso ficou bem claro durante a noite toda.

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Mais uma breve nota para dizer que: falta só mais uma parte para o capítulo acabar! Só mais uma... não sei se tenho coração para isso! 
Bem, até a lá então!