Claro que quando me
inscrevi na Geogia State University eu não pensava realmente em ir estudar lá,
eu só precisava de opções. Lembro que na época até me arrependi porque tive que
fazer testes extras para uma vaga como intercambista. Agora, se eu ter sido
aceita na GSU foi sorte, destino ou intervenção divina, não faço a menor ideia,
tudo o que interessa é que estou estudando e morando na mesma cidade que Justin
vive. E bem longe da minha.
Parece que aquela carta foi o “finalmente” que
a gente precisava, Justin e eu sempre nos perguntamos quando conseguiríamos ser
felizes sem nenhuma interrupção, e agora até para Atlanta eu fui, e assim
poderíamos nos ver mais do que se eu tivesse ido para Toronto. O problema é que
eu estava entrando em uma vida acadêmica e Justin em tour, como se ver mais
desse jeito? Inclusive, fora o horário que eu estudava, passei a trabalhar no
laboratório de informática da faculdade para conseguir pagar meu quarto no
alojamento estudantil, era difícil ter tempo até para dormir! Os primeiros
meses foram sufocantes para mim até eu conseguir me acostumar com a rotina, e
também tinha o fato que minha colega de quarto não ia muito com a minha cara
porque o campus inteiro sabia que eu
era a namorada de Justin Bieber.
Ele ficava bravo quando estava na cidade e
queria me ver, mas ou eu estava trabalhando ou devorando livros de uma forma
que jamais fiz, então vivia me pedindo para ir morar com ele, assim poderíamos
nos ver mais porque eu não teria que trabalhar, mas eu negava incansavelmente
até que parei para pensar no fato que eu dividia o quarto com uma pessoa que me
odiava e tinha dias de cão constantemente por causa da falta de tempo, então,
por que não?
Pois é, como se não bastasse ir cursar
faculdade na mesma cidade que Justin está, ainda estou morando com ele. É até
divertido, cada um tem o seu quarto – não que dormíamos todas as noites cada um
no seu – e eu fazia companhia a Pattie quando ele viajava, e ganhei até um
motorista particular já que Jake recebeu ordens explícitas de me acompanhar.
Convenhamos também que ser amiga do seu segurança é muito vantajoso.
Bem, quando fui viajar as coisas foram tristes
pelo tom de despedida, mas alegres ao mesmo tempo porque todos os meus amigos
também iriam seguir seu futuro. Eu estava feliz principalmente por saber que
apesar do furacão que passou na vida de todo mundo, ninguém ficou para trás.
Luka, que não é tão vagabundo como pensávamos, passou para a York University em
Toronto e está estudando para ser designer de games; Megan e Taylor foram para
Vancouver, ambos conseguiram bolsa de esporte e estão fazendo o que queriam,
Megan cursa jornalismo e Taylor educação física, e o namoro continua firme e
forte; Hayley conseguiu passar em Stanford, na Califórnia, as notas dela foram
tão altas que se quisesse largar Arquitetura e ir para medicina, ela poderia;
Karol foi o orgulho de toda a escola, a garota simplesmente foi um crânio nos
testes e conseguiu ir para Havard estudar direito; Kyle foi o único que não
quis ir para faculdade, ele ficaria trabalhando com o pai por cerca de um ano
até realmente decidir o que quer, mas é provável que ele tente alguma coisa
relacionada à mecânica; E Chris era o nosso caçula e ficou para baixo por um
tempo, porque todos os amigos deles, os melhores amigos, iriam embora e ele
ficaria lá ainda por um bom tempo. Por causa disso, no dia que fomos todos à
pizzaria para uma singela despedida, prometemos uns ao outros que todos
voltariam a Stratford no verão.
E voltamos. Fazia um mês que estávamos todos
nós em casa – menos o Justin que ainda estava ocupado com a interminável turnê.
Eu não sabia que sentia tantas saudades do Chris, e os meus amigos me faziam
uma falta absurda! Colocamos os papos em dia, saímos e aprontamos como nos
velhos tempos. Depois do primeiro mês eu resolvi tirar um tempo para mim, para
não só matar a saudades, mas pensar na minha vida nos últimos anos, onde
Stratford foi o cenário principal. Afinal, tanta coisa aconteceu por aqui,
coisas que transformaram a minha vida dia após dia.
Peguei meu carro e dirigi até os limites da
cidade, saindo do asfalto onde Justin me ensinou e estacionei antes que me
lançasse penhasco a baixo. Tirei uma toalha de piquenique do banco de trás e
estendi no meio das folhas caídas e pedras, e me perdi no tempo, fazendo um
flashback completo de tudo o que conseguia me lembrar.
- Lua? – me assuntei,
quando olhei para trás, sentia meu coração saindo pela boca de tão forte que
batia.
- Você me assustou, Jus.
Não ouvi seu carro, estava com a cabeça na lua. Chegou faz muito tempo?
- Faz uma hora, mais ou
menos. Me fizeram ir para casa descansar da viagem antes que eu viesse atrás de
você. Estava pensando em que? – sentou ao meu lado.
- Em tudo, há muita
coisa o que se pensar. Depois de um ano vivendo num país diferente, ora num
dormitório, ora na sua casa, e agora estar de volta na casa dos meus pais,
sentindo o cheiro da madeira que eu sequer reparei que tinha e que eu sabia que
existia, e o perfume da minha mãe, a voz do meu pai vindo da cozinha enquanto
ele bebe café e reclama da página de esportes do jornal... Não só isso também,
aqui, olhando toda essa cidade de cima, eu consigo pensar em todos os anos que
vivi aqui e todos os momentos importantes, como aquele em que te vi pela
primeira vez, e ali – a pontei para um ponto na cidade abaixo de nós – sabia
que ali é o restaurante que fomos comer naquele primeiro dia que nos
encontramos?
- Não... quero dizer, eu
lembro do dia, mas não lembrava exatamente qual restaurante foi.
- Foi aquele ali –
apontei de novo. – Jus, a nossa vida começou nessa cidade.
- E agora uma nova fase
dela começa em Atlanta – concordei. – E é por isso que queria te pedir uma
coisa.
- Hum? – murmurei,
tirando os olhos da paisagem à frente para o olhar. E quando me virei, dei de
cara com o ursinho que ele me deu no dia que me pediu em namoro pela primeira
vez, há 3 anos. E, como da primeira vez, tinha um anel amarrado no laço ao
redor do bichinho de pelúcia, porém a aliança de prata ainda estava no meu
dedo. – Jus... o que...
- Bem, Lua, não tem
porque eu fazer delongas, você sabe o que eu sinto por você e depois desse
tempo todo, sabe também que não é uma coisa que vamos conseguir deixar para lá
algum dia. Eu quero você para sempre, então, por favor, me diz, aceita se casar
comigo?
Por mais que eu estivesse completamente pasma
e boquiaberta, não demorei para dar a resposta.
- Mas é claro que não! –
Foi a vez dele de ficar surpreso. – Justin, eu tenho 19 anos e acabei de
sobreviver ao meu primeiro ano de faculdade e nem sei se vou sobreviver os
outros que ainda me restam. Psicologia não é um curso fácil, sabia? Meu amor,
nós não precisamos de uma pedra de diamante para provar que seremos um do outro
para sempre, porque nós já somos. Pertencemos um ao outro desde o primeiro dia
que nos vimos, desde que trocamos palavras tímidas naquele dia no restaurante,
e quando você quase me beijou no seu quarto quando estava te ajudando a arrumar
o resto das caixas da mudança, desde o dia que se declarou para mim com uma
música que virou seu primeiro single, e quando foi atrás de mim naquele maldito
dia chuvoso, que você foi o único a conseguir me encontrar e me levar para casa
mesmo que eu estivesse namorando o Taylor na época, afinal, até ele sabia que
não importa o que houvesse eu sempre seria a sua garota. Jus, a mídia nos
esqueceu agora, não vamos causa outro rebuliço, além do mais, eu já moro com
você! Estou tão inserida no seu mundo que só se eu subisse no palco e cantasse
também.
- Bem que você podia...
- Eu já vetei essa sua
ideia maluca, o famoso aqui é você, gracinha. Sou só uma universitária.
- Mas bem que podia –
sorriu travesso, como se imaginasse um dueto nosso ou coisa que o valha.
- Enfim! Voltando para o
momento, por favor. Pois bem, já ouviu falar que não se mexe em time que está
ganhando? – assentiu. – Então, pela primeira vez desde que nos conhecemos, tudo
finalmente está dando certo! Para que mudar isso logo agora? – ele me pareceu
pensativo por alguns instantes.
- Você está certa. Pena
que comprei esse anel atoa...
- Guarda. Certeza que no
futuro esse diamante vai estar no dedo de alguém – sorri marota e ele riu.
- Boa ideia.
- Aproveita e guarda meu
ursinho no mesmo lugar que achou, ok Sr. Bieber? Já disse para não invadir meu
quarto quando eu não estivesse em casa. Lembra? Privacidade?
- Você já foi menos
chata.
- E você menos ladrão de
ursinho de pelúcia.
Justin riu mais uma vez e depois encarou no
fundo dos meus olhos e disse com uma sinceridade vinda diretamente do coração:
- Eu te amo, Lua.
- Eu também te amo, Jus.
Deitamos na toalha e ficamos olhando o céu por
entre os galhos das arvores, conversando sobre a vida e coisas avulsas. Era
mais um dos típicos e raros momentos em que nós dois apenas aproveitávamos o
instante como se nada mais importasse, não ligávamos para o passado ou para o
futuro, só para o que éramos e o que sentíamos naquela passagem de tempo. Viver
o presente praticamente virou o lema para nós dois, ninguém se importava com o
que fomos nem com o que seriamos daqui para frente, porque haja o que houver,
temos a certeza, que estaremos juntos. Para sempre.
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Aqui estou eu exatos um mês depois para postar o Epílogo e o fim, de vez, de Lua e Justin. Senhor! Que tristeza! Acho que acabei demorando apenas para prolongar esse momento o máximo possível. Vou sentir falta desses dois, por Zeus! Foram longos anos acompanhada dessa história e, por mais que esteja finalizadas a meses, postar de vez o último capítulo marca o fim oficial de anos e mais anos!
Enfim, espero que (se ainda há alguém aí, por favor, apareça, POR FAAAAAAAVOOOOOOOOOOOR!) vocês também tenham gostado!
Tenho outras histórias também para quem quiser acompanhar (os nomes e onde estão postadas estão na minha bio ali no canto <~) e também estou com uma conta no Wattpad, é: @TahRodriguess (como qualquer outra conta minha nessa internet a fora de meu deus).
Foi um prazer todo esse tempo, obrigado por me acompanharem!